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O Ford Del Rey

O Ford Del Rey

Num evento exclusivo realizado na Ilha de Itaparica (BA) em maio de 1981, a Ford apresentava à imprensa especializada seu primeiro sedã médio, o Del Rey. O modelo chegava ao mercado brasileiro em duas versões de acabamento (Prata e Ouro), com carroceria de duas ou quatro portas, equipado com motor 1.6 do Corcel II e trazendo uma série de luxos.

A dianteira lembrava a do Corcel, com estilo levemente diferenciado para os faróis e a grade que trazia elementos prateados, semelhante à usada no Landau. O conjunto óptico foi projetado para chamar atenção de ex-proprietários da linha Galaxie, que procuravam um automóvel menor que tivesse os itens de luxo que só o Landau oferecia, em uma embalagem compacta e econômica. O interior acomodava confortavelmente cinco passageiros, com destaque para os bancos dianteiros elogiados pelas revistas especializadas, tanto pelo tecido de qualidade quanto pelo formato que segurava o corpo nas curvas mais fechadas.

O painel era bem completo, com luzes de advertência e iluminação alaranjada cobrindo os seis mostradores. O ar-condicionado dispunha de diversas saídas de ventilação, que refrigeravam o habitáculo em questão de minutos, convidando os passageiros a fecharem os vidros pelos comandos elétricos. Uma das inovações mais elogiadas do Del Rey estava nos cintos de segurança de três pontos retráteis, que prendiam o passageiro instantaneamente durante uma freada mais forte, devido a ação de um pêndulo sensível existente na caixa do cinto. Além disso, o modelo era equipado com travas de segurança nas portas traseiras, acionadas por um botão na porta do motorista.

No teto havia um console com um belo relógio digital. Assim que o motorista colocava a chave no contato, a data passava durante cerca de cinco segundos no mostrador e depois entrava o relógio – além da função manual de cronômetro. A versão Ouro vinha de série com rádio AM/FM estéreo e toca-fitas conjugado, que exalava seu som por quatro alto- falantes de ótima qualidade instalados nas portas dianteiras e atrás do encosto dos passageiros traseiros. Também havia luzes de cortesia no teto para leitura.

O propulsor 1.6 era compartilhado com o irmão menos favorecido Corcel. Isso foi alvo de criticas pesadas da imprensa e dos consumidores, pois o preço não justificava o motor menos potente. A única modificação no propulsor foi a introdução do carburador Weber, que já equipava a versão a álcool do Corcel. Do resto o motor era o já conhecido 1.6, que rendia míseros 69 cv de potência em um carro com 100 kg a mais que o Corcel. O resultado era uma velocidade máxima de apenas 137 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h em mais de 20 segundos. Por outro lado, a economia era um de seus pontos fortes: média de 12,5 km/l na estrada e 6,4 km/l na cidade, lembrando que o motor era a álcool.

O câmbio sofreu algumas alterações para tornar a troca de marchas menos ruidosa e transmitir menos vibrações para a alavanca. A suspensão do Del Rey vinha sendo estudada desde o projeto Gamma, criado pela Ford para analisar o comportamento da suspensão diante do calçamento brasileiro. Os engenheiros da Ford trabalharam arduamente para conciliar maior rigidez sem atrapalhar o conforto ao rodar. Com uma regulagem mais suave dos amortecedores e uma barra estabilizadora mais rígida, a Ford conseguiu diminuir a oscilação transversal, mostrando que o modelo era mesmo bom de curva.

Em 1983 a Ford introduzia no Del Rey um avançado câmbio automático de três marchas, que utilizava um comando eletrônico com transeixo Renault comandado por um modulo Renix, se tornando o primeiro carro nacional com uma transmissão dessas características. No mesmo ano, duas boas novidades chegaram para contemplar a linha: em junho foi apresentado o motor 1.6 CHT, que desenvolvia 73 cv a 5.200 rpm (vindo do recém-lançado Escort), e depois a station-wagon Scala chegava para completar a gama.

A Scala é uma derivação da Belina II, recheada de luxo e mimos para conquistar uma faixa superior do segmento das peruas. Sua maior característica externa era o bagageiro cromado no teto. Além do novo motor, a linha 1984 trouxe um novo sistema de freios. Os dianteiros passavam a ser a disco ventilado e na traseira agora existia uma válvula equalizadora que impedia o travamento antecipado das rodas em uma situação de emergência.

As vendas do Del Rey iam bem e o publico passava a aceitar um automóvel compacto que oferecia mimos típicos dos veículos mais luxuosos do passado. Com o crescimento do segmento de sedãs médios, na época dominado pela Ford, as fabricantes rivais trataram de apresentar seus projetos. A Chevrolet lançou o Monza e a Volkswagen trouxe o Santana para encarar o Del Rey.

Em 1986 a Ford tratou de fazer modificações estéticas no Del Rey e na perua Scala para dar um fôlego nas vendas, agora nas mãos de Monza e Santana. A frente ganhava faróis trapezoidais e uma grade com elementos horizontais. As versões passavam a ser três e traziam nova nomenclatura: GL, GLX e Ghia, ao mesmo tempo em que a perua passou a se chamar Belina. Outra novidade era a direção com assistência hidráulica de série e os retrovisores com acionamento elétrico.

A Volkswagen e a Ford haviam acertado um regime de comunhão de motores e plataformas para desenvolver e produzir automóveis em parceria em meados de 1986, criando a AutoLatina. Assim, em 1989 o Del Rey recebeu motor e câmbio Volkswagen. Era o mesmo propulsor usado pelo adversário Santana, o poderoso AP 1.8 com 95 cv, sanando os problemas de desempenho do Ford. Só que a mudança chegou tarde, e o Del Rey já era conhecido pelo fraco desempenho e pelas linhas excessivamente quadradas, características que deram a ele a fama de carro de “tiozão”.

Em meados de 1991, após a abertura das importações e a concorrência se preparando para a primeira reestilização, o Del Rey dava adeus ao mercado que inaugurou no inicio dos anos 80 e cedia lugar para o Versailles, nada mais que uma versão Ford do próprio Santana.

Publicado em: 27/2/2013
Fonte: Carplace

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