 É comum observar o carro contemporâneo como vilão, agente causador de diversos dos problemas das grandes metrópoles, como poluição e congestionamentos.
Hoje popular, até os anos 1950, porém, época em que a as estradas eram mais vazias, o automóvel trazia consigo, muitas vezes, uma aura de luxo e glamour.
É natural, portanto, que um dos eventos mais prestigiados de antigomobilismo mundial aconteça, justamente, numa das regiões mais aristocráticas da costa oeste dos Estados Unidos.
Todo mês de agosto, o campo de golfe de Pebble Beach, no condado de Monterey, na Califórnia, é tomado pelos modelos automotivos mais caros do passado --desde luxuosos Talbots e Bentleys do pré-Guerra até esportivos Jaguares e Ferraris saídos das pranchetas do estúdio de design italiano Pininfarina.
O evento, que ocorre a aproximadamente 190 km ao sul de San Francisco, tem seu auge no Concours dElegance, competição em que os automóveis são julgados por quesitos como autenticidade e estilo.
Mas esse é apenas o ponto culminante de uma semana repleta de desfiles, de exibições e de leilões.
onze vezes
"É preciso se dividir em três para acompanhar tudo o que acontece", diz Júlio Alberto Penteado, expert em carros antigos que já foi 11 vezes ao evento de Pebble Beach, a última delas neste ano.
"Sempre me perguntam por que eu vou todo ano. Muita gente não sabe que tudo muda de uma edição para a outra, que os carros são diferentes, os temas das exposições são diferentes", afirma.
Penteado aproveita a viagem para visitar museus do gênero, como o Black Hawk (www.blackhawkmuseum.org), em Danville, próximo a San Francisco, e o Petersen (www.petersen.org), no centro de Los Angeles. Esta última cidade é a "meca das peças de autos antigos", segundo ele.
A 25 km de Pebble Beach e durante a mesma semana, no autódromo de Laguna Seca, diversos carros de competição de décadas passadas
são reunidos para uma série de corridas.
No paddock, ocasionalmente circulam ex-pilotos europeus e norte-americanos famosos, como é o caso de Bobby Rahal, campeão da
F-Indy, e de Brian Redman, mais bem-sucedido em corridas de protótipos.
As provas que acontecem na pista não são mera exibição e toques e batidas podem causar prejuízos de milhões de dólares.
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