 Estabilidade era um dos pontos fortes do Voyage.
No início dos anos 80 a marca alemã ainda fabricava o Passat, que estava no auge da carreira, mas pensava em ter um modelo numa faixa de preço um pouco abaixo dele para conquistar um público jovem que precisava de espaço no porta-malas para viajar, daí o nome Voyage (“viagem”, em francês).
E não é que essa receita deu certo? O carro foi um sucesso de público e de crítica desde o lançamento, como mostra o teste exclusivo de Autoesporte em 1981, feito pelo jornalista Sérgio Duarte. “O Voyage mostrou-se extremamente dócil de ser dirigido”, dizia a reportagem, que elogiou bastante a novidade. “Perdendo a teimosia do Passat de sair de frente, o Voyage tem um controle de traseira mais rápido e seguro que o Gol e atingiu o ponto ótimo de equilíbrio”, dizia o texto original. Por isso é que o sedã recebeu nota 10 em estabilidade e uma média de 8,6 pontos.
Traseira evidencia o porta-malas espaçoso, um dos segredos do sucesso do sedã derivado do Gol
Do Passat, o Voyage herdou o conjunto mecânico, o que inclui motor 1.5 refrigerado a água, de 78 cavalos brutos (SAE), acoplado ao câmbio manual de quatro marchas. Era o suficiente para atingir 149 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em 16,6 segundos, conforme as medições feitas na época do lançamento. Apenas a título de comparação, os respectivos números de um Voyage 1.6 2011, conforme a fabricante, são 166 km/h e 13,1 segundos, considerando gasolina como combustível.
Com linhas retas, típicas de projetos dos anos 70, o sedã da Volkswagen tinha um aspecto conservador para não causar estranheza nos vários países da América do Sul em que foi vendido, como Argentina e Chile. Em 1982 foi eleito “Carro do Ano” pela revista Autoesporte e, no ano seguinte, ganhou motor 1.6 MD270, o mesmo do Passat TS, de 81 cv. Continuou com ele até 1986, quando passou a ser equipado com o AP600 e entrou para a linha de esportivos com motor 1.8 da Volkswagen, junto com Gol GT e Passat GTS Pointer.
Linhas retas mostram que o carro foi fruto de um projeto dos anos 70. Mesmo assim, o carro foi bem aceito em vários países
A primeira reforma visual mais significativa veio apenas em 1987, quando ganhou para-choques envolventes, novos faróis e lanternas e jogos de rodas e calotas renovados. Mais um ano e o Voyage passou a ter novo interior. Com mais uma série de mudanças, passou a ter licença para ser vendido no exigente mercado norte-americano rebatizado como Fox. Para ter novos retoques visuais foi preciso esperar mais três anos. Entre os novos itens foram incluídos faróis trapezoidais e lanternas reestilizadas.
Foi com essa aparência que o Voyage deixou de ser fabricado, no final de 1995, depois de ter ganho algumas derradeiras versões, como a Special e a Sport 1.8S, para voltar totalmente renovado em 2008, tornando-se um dos sedãs pequenos mais vendidos no segmento que hoje tem Siena, Fiesta, Prisma, Passion, Symbol e ainda ganhará mais integrantes. |
