Versão da Mercury trazia mais opcionais que o Ford e durou mais tempo Por Marcos Camargo Jr.
Quando foi lançado em 1961, o Comet era um sedan derivado do Ford Falcon, que chegava para brigar no segmento de veículos médios e com família completa: sedan, perua e um cupê esportivo. Diferente era o acabamento; mais requintado sem abrir mão de certo exagero. Anos depois receberia a plataforma do Fairmont, que o deixou mais amplo e condizente com sua proposta. Em 1971, o Comet receberia a carroceria do Ford Maverick, o carro compacto da marca americana, de grande sucesso no final dos anos 1960.
A versão 1971 serviu para corrigir a história do Mercury Comet, que havia recebido, anos antes, um desenho estranho que não agradou seu público. Em 1970 a dianteira do carro trazia uma espécie de "alvo" na parte central da grade, que não agradou. Para o ano seguinte a divisão Mercury apostava em um modelo derivado do Maverick, mais limpo e racional. As diferenças básicas estavam nos pára-choques, frisos, lanternas traseiras e grade, que davam aspecto de um carro mais luxuoso. Havia três opções de motores: dois seis cilindros em linha (um de 100 cv e outro, de 115 cv), além do 302 V8, que equipou o Maverick e também os Galaxies nacionais a partir de 1976.
O modelo das fotos é um Mercury Comet 1976, última série do sedan, que foi vendido ainda como modelo 1977. A despeito dos seus avaçados pára-choques, que eram obrigatórios devido a lei de segurança do trânsito nos EUA, o Comet é um modelo interessante e muito raro no Brasil.
A dianteira traz o brilho do cromo em perfeito estado de conservação. A grade não esconde a herança do Maverick com seus faróis redondos e destacados e as linhas horizontais abaixo do brasão metálico onde se lê "Lincoln-Mercury Division".
O perfil lateral também é idêntico ao Maverick quatro portas, com friso na parte inferior das portas e também as faixas laterais que ampliam a sensação de espaço.
Na traseira, o pára-choque avançado, as lanternas emolduradas com um aplique e frisos em cruz (inspirado no Lincoln), que era exagerado já na época, completam o visual.
O interior do carro é exatamente o mesmo do seu primo Ford, com adição de alguns frisos e materiais de melhor qualidade. Os bancos trazem encosto de cabeça e costura mais refinada. Como todo carro americano, é equipado com ar condicionado e direção hidráulica, além da assistência elétrica para vidros e travas, câmbio automático na coluna, desembaçador do vidro traseiro e outras utilidades.
Os cromados estão em todo o lugar e reforçam o estilo clássico do Mercury Comet, vendido como sedan intermediário no mercado americano. O motor também era padrão da época; o 302 V8 com 199 cv, usado em muitos carros da Ford como algumas séries do Mustang, Galaxie, Bronco, Fairmont, Thunderbird, LTD; Mercury Capri, Cougar e Comet, e até em alguns Lincoln Continental. |