Vendida no Brasil desde 1994, a Ford Ranger tem um projeto antigo, cujo início se deu em 1976, nos Estados Unidos. Na época, os engenheiros queriam construir uma picape que tivesse as mesmas qualidades dos modelos grandes, porém com tamanho um pouco mais compacto e consumo moderado de combustível. O modelo iria substituir a pequena Courier, fabricada pela Mazda e vendida como Ford na América desde a década de 1970.
Na época, o desenvolvimento do carro teve participação dos engenheiros japoneses da Mazda. Lançada na Ásia como B-Series, teve sucesso em todos os países onde era comercializada.
Por ser um utilitário, a Ranger não fugiu muito do design já ofertado nas picapes maiores da Ford. Sua proposta era ser um modelo de entrada, mais simples, porém fortalecido com a tradição da marca em picapes grandes e caminhões.
Em janeiro de 1982, as primeiras unidades saíram da fábrica de Louisville, e chegaram às revendas em março, já como modelo 1983. O cliente podia escolher seis opções diferentes de motores: um fraco 4 cilindros de 2,0 litros e 72cv, o Perkis 2,2 litros a diesel, o 2,3 litros OHC, outro 2,3 litros turbodiesel desenvolvido pela Mitsubishi e o 2,8 ou 2,9 Cologne V6, que rendia até 140cv.
A Ranger estava disponível na versão mais simples - sem frisos cromados, porém equipada com direção hidráulica, vidros e travas elétricos - ou na versão mais luxuosa, que contava com os mesmos itens, adicionados de opcionais como ar-condicionado e bancos em veludo. Logo no início, a picape emplacou nas vendas, e em 1985 alcançou a marca de 232.000 unidades produzidas.
O modelo começou a explorar um segmento superior apenas em 1986, com a introdução da Ranger GT, com o motor Cologne 2,9 litros e câmbio de cinco marchas manual Toyo Kogyo, ou quatro marchas automático, de relativo sucesso; além da Super Cab, com acabamento diferenciado e cabine dupla. Rodas de alumínio completavam o conjunto nos dois modelos. No mesmo ano, viria a inovação da injeção eletrônica, que deixou os motores mais econômicos e eficientes.
O modelo Rider STX era outra opção, com faróis de milha, protetores de grade em alumínio tubular e pintura diferenciada em duas tonalidades. Assim como os utilitários grandes, a Ford Ranger descobriu que sua verdadeira vocação era servir como carro de passeio para os norte-americanos.
Em 1987 a Ranger passou a liderar o posto de utilitário mais vendido nos Estados Unidos. No ano seguinte, veio uma nova geração com novas versões, que no entanto não fizeram a picape perder sua identidade. Só na década de 1990 ela mudaria (esteticamente) de verdade com nova grade e interior, além de incorporar itens de segurança, como ABS e airbag. É nessa época que ela chega ao Brasil.
Ao longo dos anos, sem mudar quase nada, ganhava somente mais opcionais e a modernização merecida em termos de design. |