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SS: Opala de sangue quente

SS: Opala de sangue quente

Nos anos 60 havia poucas opções de esportivos no Brasil. Os importados eram caros e exclusivos. Modelos como o Mustang, Camaro e Mercury Cougar custavam milhões e despertavam desejo nas ruas.

No final da década, a Chrysler lançou o Dodge Dart. Não era um bólido, mas seu motor com oito cilindros em V passou a acalentar sonhos. Em 1970 a história ganharia novos rumos e o público teve a oportunidade de conhecer o primeiro esportivo de alto desempenho do Brasil. De acordo com nossos padrões, é claro.

O exemplar das fotos é raríssimo. A GM lançou a versão com quatro portas e deixou o público boquiaberto em junho de 1970. Faixas laterais e sobre o capô chamavam a atenção de longe e a sigla SS se destacava na grade dianteira. As rodas com desenho exclusivo também se tornaram uma das marcas registradas do modelo.

Opala SS
Repare que até os pneus diagonais são originais, bem como uma série de outros detalhes, como o logotipo SS na traseira


Por dentro, o ambiente não deixava dúvidas sobre a vocação esportiva. Volante de três raios e conta-giros convidavam o motorista a pisar fundo. Uma história curiosa diz respeito ao significado do logotipo. Na verdade, se refere aos assentos separados (separated seats), apesar de muita gente evocar a tradição norte-americana de super sport. Mas podemos dizer que esta última também faria todo o sentido.

A própria Chevrolet, no folheto de propaganda da primeira versão, apelava para os primos ianques, citando Camaro e Chevelle. Câmbio de quatro marchas no assoalho, freios a disco nas rodas dianteiras e aceleração de 0 a 100 km/h em 12,6 segundos eram destacados. Como opcionais, apenas rádio, desembaçador e ar-condicionado.

Opala SS
A sigla SS está por todos os lados; Nos para-lamas, a inscrição 4.100 identifica a versão esportiva


Além da cara de poucos amigos, outra novidade estava debaixo do capô: o motor de seis cilindros em linha recebeu um aumento de cilindrada, passando de 3,8 litros para 4,1, tornando-se um ícone entre os apaixonados por Opala e recebe até hoje diversas receitas de preparação. A potência chegava a 140 cavalos brutos a 4.000 rpm. A velocidade máxima quase encostava nos 170 km/h.

Logo após o lançamento, o esportivo foi testado por Emerson Fittipaldi e Colin Chapman. Ambos registraram suas impressões para uma reportagem no autódromo de Interlagos. O inglês elogiou o carro e declarou que compraria um se morasse no Brasil. Emerson gostou, mas disse que quatro portas não combinavam com esportividade.

Vale destacar que a Envemo, que fez versões exclusivas também nos anos 80, criou uma versão especial do carro. O Opala/E trazia diferenciais no acabamento, aparência e no motor. Ele era equipado com spoilers, faróis auxiliares e rodas esportivas de tala larga com aros cromados.

Opala SS
Volante com aro de madeira e alavanca de câmbio no assoalho são itens que chamam a atenção no interior do SS


O folheto dizia em letras garrafais: “um carro diferente para quem quer ser diferente”. Bem bolado. A revista Autoeporte testou um destes exemplares na edição de fevereiro de 1970. O catálogo trazia dezenas de opcionais, tais como console, rodas, diferencial autoblocante, amortecedores, volantes, emblemas, frisos e manômetros diversos. Personalização de bom gosto.

Voltando ao modelo “envenenado” de fábrica, as revistas especializadas ajudaram a criar a fama e dividir o público. Os comparativos entre SS, Maverick GT e Dodge Charger R/T geravam – e ainda geram – uma discussão sadia a respeito dos números. Isso sim é paixão.
A novidade da carroceria cupê chegou em 1972, com todo o charme do fastback. Novamente a publicidade agressiva se fez presente. O modelo aparecia saltando e com o motorista vestindo luvas antes de dirigi-lo. Bons tempos, onde a criatividade em destacar a performance do veículo não era confundida com o estímulo do desrespeito às regras de trânsito, como ocorre hoje em dia.

Opala SS

Três anos se passaram e o Opala foi reestilizado com bastante sucesso. Em 1976 o motor 250-S chegou para enfatizar o desempenho e conquistar ainda mais fãs. A potência saltou para 171 cv brutos e o modelo se tornou o mais rápido do Brasil. Nesse período foi lançado o SS-4, como opção de economia e com esportividade apenas na aparência.

Com a chegada da nova década e concorrentes mais leves e rápidos, a versão esportiva disse adeus, no final de 1980. Os exemplares desse ano se tornaram raros e agora já podem solicitar a desejada placa preta. Mais do que uma sigla, o SS despertou desejo, paixão e incomodou a concorrência. Três fatores que o transformaram em um verdadeiro mito.

Opala SS

Renato Bellote// Fotos: Fabio Aro

 

Publicado em: 11/1/2011
Fonte: Revistaautoesporte.globo.com

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