Em 1957, a Plymouth, uma das divisões do grupo Chrysler queria incrementar sua linha de veículos compactos (para os padrões americanos) e desenvolver um carro totalmente novo para concorrer com os modelos de outras marcas. O presidente Lester Lum Tex pediu a Virgil Exner, um designer de grande talento, o desenvolvimento de um modelo novo que tivesse as mesmas linhas dos carros mais caros, que fosse competitivo e resistente.
Em 1960 este modelo foi apresentado, com as linhas de um full size, porém com proposta de carro mais comedido em desempenho e claro, em consumo. O Valiant tinha linhas atuais mas não era muito "revolucionário" como o Chevrolet Corvair e o Ford Falcon. Seu desenho, com a grade em trapézio foi antecipado com o conceito D´Elegance e Adventurer, e já visto no luxuoso Imperial, no final dos anos 1950. Ainda que fossem modernas as suas linhas, com dianteira proeminente que davam constante sensação de movimento, seu bom gosto era duvidoso. Afinal, saliências e peças cromadas com desenho exagerado já estavam fora de moda.
O motor era o Slant 6 (inclinado em 30 graus), de seis cilindros, 2,8 litros (110 cv) ou 3,7 litros (145 cv), bem mais interessante e condizente com a proposta do carro. O propulsor tinha partes construídas em alumínio, o que ajudava a ganhar em desempenho (o alumínio é 60% mais leve que o metal comum), economia de combustível e claro, servir de propaganda para a Plymouth. Logo no primeiro ano, cerca de 150 mil unidades foram vendidas.
O cambio era um manual de três velocidades com comando no painel, ou um automático igualmente de três marchas, com sistema de botões, igual aos veículos mais luxuosos da marca.
O Valiant estava disponível na versão sedan, a estranhíssima perua Suburban com até nove lugares (por conta de um terceiro banco na traseira) e também um conversível, que seguia a moda daqueles tempos, porém oferecido a um bom preço.
O carro com mecânica tradicional e bastante robusta, aliado a uma linha futurista fizeram o Valiant emplacar nas vendas. Até 1962, quando terminou a primeira geração, as vendas já chegavam a cerca de 200 mil unidades por ano. Neste ano o carro recebeu diversas alterações mecânicas com novos itens elétricos, novo carburador e tratamento da lataria contra a corrosão.
A partir de 1963 seu desenho ficou mais simples, sem ressaltos e excesso de frisos, além ganhar mais opções de motorização. O projeto seguinte daria origem a um carro bem conhecido no Brasil: o Dodge Dart, (baseado no modelo 1969 americano) já que o grupo Chrysler dividia os projetos e com eles fazia carros de diversas configurações. O Valiant fez grande sucesso até meados da década de 1970, quando começou a perder força diante de modelos mais racionais em sua categoria. Quando foi descontinuado, em 1976, deu origem a projetos mais modernos, mas o valente carro Plymouth fez parte de um importante processo de consolidação da Chrysler no segmento de carros compactos.