Fundada em 1987 por Milton e Newton Masteguim em associação com o engenheiro norte-americano Chuck Beck, a Chamonix interrompe momentaneamente a montagem das réplicas de Porsche no Brasil. A empresa ficou famosa pela alta qualidade dos carros montados, chegando a ser considerada uma das melhores a fazer a réplica do lendário modelo 356 da Porsche. Mas foi prejudicada pelos altos custos e da concorrência dos modelos compactos de luxo vendidos atualmente no país, segundo comunicado do presidente da empresa em comunicado.
Entre os principais custos que se tornaram inviáveis, destacam-se a alta carga de impostos e o valor da matéria prima, além das dificuldades que não existem nas grandes montadoras. Além disso, o câmbio valorizado acabou dificultando bastante a exportação as réplicas da Chamonix para países europeus, como a Inglaterra, um dos que vinham valorizando o trabalho da empresa. Ao longo de sua história, a empresa também contribuiu com a Autolatina e com a Fiat, para quem desenvolveu a versão de rali do Doblò.
Chamonix Super 90: cópia perfeita
Réplica revive em detalhes o lendário Porsche 356 Cabriolet
Que tal falar sobre fabricantes de sonhos? Sim, eles existem. Estou me referindo às réplicas, máquinas inspiradas no passado e – em alguns casos – recheadas de tecnologia. Mais do que simples cópias, a idéia principal é recriar antigos sucessos. E uma das réplicas mais perfeitas que se tem notícia é feita no Brasil : o Chamonix Super 90, um divertido roadster que chama bastante a atenção e também se destaca pelo acabamento. Outro item de série é a exclusividade, já que existem poucos exemplares como esse da foto, que qualquer um diz ser um Porsche 356 legítimo.
Esse esportivo alemão surgiu no finalzinho da década de 40. Uma nova geração do modelo fez sua estréia no Salão de Frankfurt em 1959. O 356 B trazia alguns diferenciais estéticos, mas sempre mantendo a pura linhagem esportiva da versão. O estilo de sucesso coube ao genial Erwin Komenda, o austríaco que se destacou a frente do departamento de design da marca.
O comprador podia escolher entre três motores 1.6, que se comportavam de maneiras bem diferentes. A primeira opção tinha 60 cavalos brutos e a segunda, 75 cv brutos. O mais desejado era o Super 90, que entregava a potência prometida a 5.500 rpm, além de chegar a quase 200 km/h de velocidade máxima.
Abaixando a capota é que o carro mostra o que tem de melhor: o prazer que proporciona ao dirigí-lo
As revistas especializadas rapidamente transformaram o carro em um objeto de desejo. E o torque generoso do motor, em conjunto com as acelerações rápidas, virou sinônimo de diversão. Os primeiros 100 km/h, por exemplo, chegavam em menos de dez segundos.
No Brasil, a idéia de fabricar uma réplica do 356 Super 90 surgiu no início da década de 80. A Envemo lançou o carro e causou sensação. Naquela época em que não tínhamos acesso aos importados, a recriação de um Porsche com mecânica Volkswagen e estilo diferenciado atingiu diretamente o público que buscava algo diferente.
A produção total do modelo superou 200 unidades, entre cupês e cabriolets, tendo recebido uma série de elogios, inclusive da própria Porsche. Na década de 90 a Chamonix, sob a direção de Milton Masteguin, voltou a produzi-lo sob encomenda – apenas na versão cabriolet – e a magia voltou às ruas. A recriação é feita sobre um chassi tubular de três polegadas e utiliza a já conhecida carroceria de fibra de vidro. O câmbio – que eu particularmente gosto – tem quatro marchas e atende ao propósito do carro. De série, a empresa oferece o motor boxer refrigerado a ar com modestos 65 cv brutos, atualmente com injeção eletrônica.
Interior simples como o 368 original
A boa notícia é que, apesar do desempenho modesto, o carro esbanja charme. E chama uma atenção danada nas ruas. Aliás, a bordo essa máquina, é bom se acostumar com dedos e celulares apontando em sua direção a todo o momento. Uma voltinha a bordo do clássico faz com que a vida fique mais alegre.
O exemplar das fotos foi um presente de casamento do colecionador Paulo “Loco” Figueiredo a sua esposa Suzy Lippert. É o número 18 fabricado pela empresa. A combinação da cor vermelha com estofamento whisky caiu como uma luva para o modelo. “Inicialmente o interior era preto. Mas enviei o carro ao Milton (Masteguin) e a troca foi feita”, salienta Paulo.
Perfeição foi elogiada até pela própria Porsche
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