A mobilização de cinco empresários de Porto Alegre deve garantir que o museu de automóveis antigos da Ulbra reviva. A princípio sem muita ambição, os cinco começaram a frequentar os leilões em julho passado. Arremataram um carro, depois outro. Em seguida, planejaram chegar a um teto de 60 automóveis. Nove meses depois, haviam investido mais de R$ 6 milhões e adquirido 110 exemplares da coleção de 600. Agora trabalham para expor as preciosidades em um novo museu, que planejam criar na Capital.
– Começou com o incentivo de um integrante do grupo que já era apaixonado por carros antigos. Vimos que os carros estavam indo embora do Estado. Pensamos: será que ninguém vai se mexer? Resolvemos comprar o máximo possível de lotes. Nosso arrependimento é não termos sido mais arrojados – conta um dos integrantes do grupo, Rogério Dal Magro, empresário do ramo de engenharia e construção.
No momento, os 110 carros encontram-se em três endereços da Capital, um deles alugado por cerca de R$ 10 mil ao mês. O plano é abrir o museu no ano que vem. Os empresários estão mergulhando no assunto, estudando fórmulas para tornar o projeto viável e prospectando parcerias – pensam em conseguir patrocínio de alguma indústria automobilística, por exemplo. Na virada do mês, foram a Minas Gerais e Portugal para ver eventos do setor e buscar inspiração.
Não há intenção de recuperar o investimento feito, mas os empresários querem que o museu seja sustentável com o valor dos ingressos. Três endereços estão sendo especulados pelo grupo. A preferência é pelos armazéns do cais do porto, o que implica aguardar pela licitação que vai definir a empresa responsável pela remodelação da área. Também avaliam pavilhões em construção nas proximidades do aeroporto.
A terceira hipótese é adaptar o espaço onde a maior parte dos carros está armazenada agora, uma antiga oficina de barcos nas imediações do BarraShoppingSul. O plano é arranjar um espaço de 2 mil metros quadrados, para manter 80 veículos em exposição, em rodízio. Outra ideia é reservar alguns carros para que os visitantes possam contratar passeios, com chofer.
Dal Magro, que até se aventurar nos leilões não tinha nenhuma familiaridade com carros antigos, está virando expert. Ele conta que se apaixonou pelo assunto, dedica cada vez mais tempo a ele e planeja comprar mais carros para enriquecer o futuro museu.
– Depois que entra no sangue, não sai mais. Às vezes penso: “Puxa, estou deixando de lado negócios e família por caso disso. Será que enlouqueci?”
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