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Puma GTB S1: garras afiadas

Puma GTB S1: garras afiadas

Demos uma volta nesse raro cupê nacional, vencedor de vários prêmios


Puma GTB S1 de 1978: peifeição de um dos cupês nacionais mais raros feitos o Brasil
Quase todas as histórias que envolvem carros antigos começam do mesmo. Geralmente o modelo se torna um sonho de menino ou adolescente e vai tomando forma. No caso de Paulo, dono do Puma GTB S1 1978 das fotos, a história começou há muito tempo atrás. “Um tio comprou um Maverick e eu achava o carro lindo”, diz. “Quando vi o Puma pela primeira vez me apaixonei e ficava pensando se um dia na minha vida eu teria condições de comprar um”, revela.


O GTB foi apresentado inicialmente como GTO (Gran Turismo Omologato) no salão do automóvel de 1972. Os carros da marca já faziam sucesso e o irmão maior conseguiu atrair todas as atenções. Nessa época – e logo depois com o lançamento oficial – ele foi equipado com o conhecido motor de seis cilindros em linha da Chevrolet, mais tarde substituído pelo 250-S. De volta à nossa história, os anos foram passando e outros veículos surgiram na vida do proprietário. Mas o desejo de domar a fera ainda estava lá. “Em 2006 decidi que iria comprar um bom presente para mim. Então comecei a busca pelo carro dos meus sonhos de infância no mês de fevereiro e finalizei a compra em 26 de maio, exatamente um dia depois do meu aniversário”, conta.

Puma GTB S1
Traseira de um legítimo cupê lembra a do lendário Datsun 240Z

Incrível, não é mesmo? Mas a história ganharia um novo personagem. “Estava indo ver um exemplar no Rio Grande do Sul. Tudo marcado e combinado, quando decidi dar uma olhada de última hora na internet”, diz. “Tomei um susto quando bati o olho em um anúncio que acabara de entrar no ar. Resolvi ligar e o cara que atendeu me disse que o carro pertenceu ao tio e que este tinha falecido há dois anos”, salienta. A família estava vendendo o modelo, pois precisava de um veículo mais econômico para que a filha pudesse ir à faculdade.


Puma GTB S1 Nesse momento uma luz se acendeu. “Na mesma hora resolvi cancelar o compromisso e ir até o Rio de Janeiro ver esse GTB. Fui de madrugada e mal consegui dormir de tanta ansiedade”, conta. “Por volta das 8 da manhã já estava vendo o carro. Inteiro, lindo, rico em detalhes, com rodas, frisos e bancos originais. Só a pintura que estava velha”, relembra com emoção.


Se você não derramou nenhuma lágrima mas ficou emocionado, melhor pegar um lenço de papel antes de seguir em frente. “A viúva me disse que no hospital, à beira da morte, o marido falou para não vender o carro de forma alguma, tamanha era a sua ligação com o Puma”, conta Paulo. “Foi muito emocionante buscá-lo. A viúva, a filha, o sobrinho, todos choraram quando retirei o clássico da garagem. Ele estava há muito tempo parado e consegui dar a partida com dificuldade”, enfatiza. Deve ter sido o antigo dono, sabendo que sua preciosidade estaria em boas mãos.


Após retornar a São Paulo levando o sonho no caminhão, literalmente falando, a reforma começou. Devido ao bom estado geral o trabalho durou apenas cinco meses. A grande estréia do “felino” ocorreu justamente no 42º aniversário do Puma no Anhembi. Uma das coisas mais interessantes que devem ser notadas no modelo é justamente a originalidade. Os forros de porta, por exemplo, são de fábrica, com trinta e um anos de estrada. O estofamento revela uma maciez surpreendente e o ronco...Bem, sobre esse eu vou escrever um pouco mais logo a seguir.


Puma GTB S1 Tive o privilégio de conhecer esse carro, seu proprietário e a história emocionante que o cerca no antigo encontro que era realizado semanalmente no Parque das Bicicletas. Entre uma conversa e outra o GTB despertou minha curiosidade com seu estilo de “muscle car” e a bela carroceria prateada.


Rodando o clássico esbanja vitalidade. Os assentos são bastante confortáveis e o motor de seis cilindros em linha, com 4,1 litros e 171 cv brutos é sinônimo de diversão a cada esquina. Basta pressionar o acelerador para que a potência seja sentida em sua totalidade. As esticadas de marcha, por sua vez, são acompanhadas pelo ronco único do famoso propulsor.


Não poderia encerrar o texto sem mencionar a atenção que ele chama nas ruas. O GTB desta primeira geração é muito raro de ser visto em seu estado original. Por isso a melhor coisa a fazer é tirar o Ray-Ban do porta-luvas e girar o dial em busca do último sucesso dos Bee Gees. Como é bom voltar no tempo de vez em quando...

Puma GTB S1

Publicado em: 8/12/2010
Fonte: Revistaautoesporte.globo.com

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